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Advogados públicos temem subsídio menor que o combinado

28/06/2006 18:36 | Situação

    A presidente da Associação Nacional dos Membros das Carreiras da Advocacia-Geral da União (Anajur), Nicóla Barbosa de Azevedo da Motta, manifestou hoje (28) ao presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, o receio da Associação de que seja assinada, nos próximos dias, medida provisória fixando para a categoria subsídios inferiores aos que haviam sido acertados anteriormente com a Presidência da República. A dirigente da Anajur e outros advogados públicos relataram a situação em reunião realizada hoje com Roberto Busato, na sede da OAB, em Brasília.

    A categoria vinha aguardando a aprovação de projeto de lei que trata do subsídio para as carreiras dos advogados públicos e que foi enviado em maio de 2005 ao Ministério do Planejamento pelo advogado-geral da União, ministro Álvaro Augusto Ribeiro Costa. Esse projeto e seus valores, segundo relataram os advogados públicos à OAB, foi negociado previamente com a Presidência da República e com o próprio Ministério do Planejamento em maio do ano passado e voltou a ser negociado em fevereiro deste ano.

    "Nosso receio é que temos a informação de que está para ser assinada uma medida provisória estipulando valores que estariam muito abaixo dos negociados em fevereiro de 2006 com o próprio Planejamento", afirmou Nicóla Barbosa de Azevedo da Motta. A preocupação foi relatada a Busato, que ficou de acompanhar as negociações.

    O principal prejuízo com o qual as carreiras dos advogados públicos da União convivem no tocante à baixa remuneração na comparação com os demais ramos do Judiciário é a alta evasão dos quadros profissionais. Muitos profissionais, segundo relataram os advogados públicos ao presidente da OAB, têm utilizado a advocacia como um "cursinho" ou um "trampolim" para carreiras de melhor remuneração, como a do Ministério Público e da magistratura.

    "Os advogados públicos já assumem o cargo desmotivados face à baixa remuneração e fazem da instituição um verdadeiro estágio remunerado para, logo em seguida, migrarem para a magistratura, por exemplo", relatou Nicóla Barbosa de Azevedo da Motta. Esse problema aflige tanto a Advocacia-Geral da União quanto as Procuradorias Federais e a Procuradoria da Fazenda Nacional.

    Estatísticas da Associação dão conta de que o percentual de profissionais que trocam a advocacia pública por outros ramos do Judiciário até os três primeiros anos de atuação é de 40%. "Chegam a tomar posse menos da metade daqueles que foram aprovados em concurso, o que impossibilita que criemos a cultura de instituição", finalizou Nicóla Barbosa de Azevedo da Motta.


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