A próxima rebelião pode ocorrer na Cadeia Pública do Carumbé, em Cuiabá. A afirmação é do presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Mato Grosso, Fancisco Faiad, ao avaliar a rebelião no Presídio Feminino Ana Maria do Couto May, também na capital, que iniciou na tarde de sábado (15) e encerrou em 24 horas.
Na opinião de Francisco Faiad, as rebeliões ocorridas em Mato Grosso fazem parte de um processo orquestrado por detentos. Ele evitou comentar quais os propósitos de os presos em promoverem motins em unidades prisionais no Estado. Já ocorreram três rebeliões em Mato Grosso.
O administrador do Sistema Penitenciário de Mato Grosso, Noí Scheffer, disse que é possível acontecer a previsão do presidente da OAB. Na avaliação dele, a Cadeia Pública do Carumbé está superlotada, mas os órgãos de segurança estão atentos para qualquer alteração naquela unidade prisional.
O fim de rebelião ocorreu por volta das 14h de ontem. Segundo Noí Scheffer, grande parte das reivindicações das presidiárias será atendida. As exigências foram ampliação do horário de visitas, fim dos marmitéx, revisão de penas, instalação de aparelhos de TVs e criação de visitas íntimas.
Sobre as exigências, Noí Scheffer disse que a criação de visitas íntimas está totalmente fora de cogitação. Em relação às outras reivindicações, Scheffer disse que serão atendidas, entre elas as refeições, que serão feitas pelas detentas.
As denúncias de maus-tratos, segundo Scheffer, também serão investigadas. As presas rebeladas afirmaram que vêm sendo maltratadas pela diretora do presídio, Bromídia Rocha.
Hoje, promotores estaduais fazem uma visita ao presídio para ouvir as detentas. Parte da unidade prisional foi depredada e colchões, queimados pelas presas.
A rebelião iniciou por volta das 15 horas de sábado. Duas agentes prisionais foram feitas reféns por detentas do presídio feminino. Um grupo de presidiárias rendeu as agentes prisionais com uso de armas improvisadas (artesanais). De acordo com o delegado Marcos Veloso, membros do Gabinete de Gerenciamento de Crises foram acionados para comandar as negociações com as rebeladas.
Ontem pela manhã, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB/MT, Francisco Faiad, a promotora Julieta Nascimento e o juiz Francisco Bráulio Vieira, da Vara de Execuções Penais, retomaram as negociações com as rebeladas.
O presídio abriga atualmente 118 mulheres, entre condenadas e aquelas que aguardam julgamento. Deste total, catorze criam os filhos dentro do presídio, alguns em fase de amamentação.